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Brasília: Hora do Planeta 2011

Brasília: Hora do Planeta 2011

27/03/2011
Na capital federal, destaque para a situação do Cerrado


Quando as luzes da Esplanada dos Ministérios, o centro do poder nacional em Brasília, se apagaram, um céu azul pontilhado de estrelas se revelou aos presentes mostrando o que a cidade tem de mais bonito. Famosa pela beleza do céu, a capital brasileira está situada na região central do Brasil, onde está um dos biomas mais ameaçados, o Cerrado. 

O evento foi realizado no  museu da República, prédio moderno em formato de nave espacial e assinado pelo arquiteto Oscar Niemayer. Às 20h30, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e o superintendente de Conservação do WWF-Brasil, Cláudio Maretti, subiram na alça lateral do prédio e desligaram o interruptor simbolizando o desligar das luzes da cidade. Em seguida, as luzes da Esplanada dos Ministérios foram apagadas, assim como a de vários monumentos da cidade, como do Palácio do Buriti e Anexo, Memorial JK, Teatro Nacional, Catedral, Museu do Índio, Complexo Cultural da República e Ponte JK.

O secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal, Eduardo Brandão, destacou a importância da participação de Brasília. “É fundamental que a gente pense em um mundo mais sustentável, que busquemos esse sonho.  E para Brasília, ser sustentável não é um sonho mas um dever”, disse.

A capital brasileira está situada no Planalto central, no coração do Cerrado, um dos biomas brasileiros mais ameaçados de desaparecer pelo avanço desregrado do agronegócio. Por isso, de acordo com Maretti, Brasília precisa assumir o seu papel de "Capital do Cerrado".  “Além de preservar seu patrimônio arquitetônico, Brasília precisa assumir o compromisso com a conservação do Cerrado, com a preservação das nascentes e com uma política de tratamento de resíduos sólidos”.  Para ele, a cidade que será uma das sedes da Copa do Mundo precisa seguir o caminho da sustentabilidade.

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, também destacou o papel de Brasília na conservação do Cerrado . “O Distrito Federal deve ser o carro-chefe para a defesa do Cerrado, este bioma tão importante para o país. Brasília tem que ser o símbolo, o exemplo para o Brasil, como a cidade do verde. Precisa proteger as nascentes e assumir o compromisso com um desenvolvimento mais sustentável”, disse.

O superintendente de Conservação do WWF-Brasil, Cláudio Maretti, fez questão de lembrar as recentes tragédias ambientais que o mundo vem presenciando, como a que ocorreu no Brasil no início deste ano no Rio de Janeiro, matando milhares de pessoas. “As catástrofes estão aí para mostrar que não podemos mais continuar do jeito que estamos. É  por isso, que nos reunimos hoje para lembrar que precisamos mudar nosso jeito de agir.  Agnelo também lembrou as vítimas das tragédias no Japão e do Brasil e  disse que  Hora do Planeta serve como uma reflexão  do que está acontecendo no mundo. “Temos que somar esforços para frear a destruição do meio ambiente.  É importante esse simbolismo de apagar as luzes, mas precisamos de ações concretas”, ressaltou.

Após o apagar das luzes, aconteceu uma apresentação de percussão do grupo Batukenjé, criado em 2006, na Finlândia, pelo percussionista Celin Dú Batuk para ensinar percussão, ritmos brasileiros, uso de instrumentos, canto, dança e história da percussão, bem como divulgar a cultura afro-brasileira. O grupo é hoje sediado em Brasília.

Foto: Ponte JK, em Brasília, na Hora do Planeta 2011
 
Paróquia em Brasília realiza cerimônia na Hora do Planeta


A igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro brasiliense do Lago Sul, realizou uma celebração em homenagem à Hora do Planeta. Dezenas de fiéis, à luz de velas, fizeram reflexões sobre questões ambientais tendo como referência a passagem bíblica da Via Sacra.

Segundo o padre Rafael Vieira, pároco e responsável pela celebração, a comunidade foi mobilizada a partir da Campanha da Fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cujo tema este ano é “cuidar da vida no planeta”. “Decidimos fazer um gesto que demonstrasse nosso compromisso com o meio ambiente”, salientou.

O pároco acrescentou que a escolha pelo ato religioso denominado Via Sacra aconteceu devido à época da Quaresma e por uma analogia com a situação do planeta. “A Terra vive de certa forma seu calvário, com problemas como o aquecimento global. Esperamos que gestos como este possam se transformar em sementes de consciência”, concluiu o padre Rafael Vieira.

Foto: Glauco Kimura