As mudanças climáticas são a maior ameaça ambiental do século XXI, com consequências profundas e transversais a várias áreas da sociedade: económica, social e ambiental.
Todos nós, sem exceção, estamos a ser afetados por esta questão: cidadãos comuns, empresas, governos, economias e, mais importante de todos, a natureza.
Mudanças climáticas sempre foram registadas ao longo dos milhares de anos que o planeta Terra tem. O problema prende-se com o fato de, no último século, o ritmo entre estas variações climáticas ter sofrido uma forte aceleração e a tendência é que tome proporções ainda mais caóticas se não forem tomadas medidas.
A ocorrência de ondas de calor e secas são fenomenos cada vez mais frequentes, e as consequentes perdas agrícolas representam uma ameaça real para as economias mundiais.
No cerne destas mudanças estão os chamados gases de efeito estufa, cujas emissões têm sofrido um aumento acentuado. O CO2 (dióxido de carbono) é o principal gás negativo desses designados de efeito estufa, e são consequência direta do uso/queima de combustíveis fósseis como o carbono, o petróleo e o gás com fins de produção energética.
É, por isso, imprescindível reduzir as emissões deste tipo de gases.
Como? Eliminando, progressivamente, o uso massivo dos combustíveis fósseis, substituindo-os pelas energias renováveis, fomentando a poupança de energia e eficiência energética.
A atividade humana foi apontada, em 2007, por cientistas especializados nesta área e reunidos sob o Painel Intergovernamental de Alterações Climáticas, como sendo a principal causa destas mudanças do clima.
Ao mantermos uma atitude inerte e apática perante esta questão, corremos o risco de sermos expostos a eventos climáticos extremos e imprevisíveis (como os que têm vindo a ser noticiados nos últimos tempos) e com efeitos nefastos para todo o mundo! Veja só o que aconteceu no Japão (março/2011).
A temperatura, no século passado, registou um acréscimo de 0,76ºC. A previsão é que no presente suba entre 1,1 a 6,4ºC, dependendo das medidas mitigadoras que sejam encetadas.
Este incremento da temperatura média tida como normal em mais 2ºC pode induzir respostas céleres, imprevistas e não-lineares que podem desencadear danos irreversíveis nos ecossistemas terrestres.
CAUSAS-
O chamado efeito estufa é um fenomeno natural que permite a existência de vida no Planeta Terra.
É causado por um conjunto de gases que, ao convergirem na atmosfera, provocam uma proteção especial contra os raios solares nocivos e que podem provocar o aquecimento excessivo do planeta. Assim, a Terra consegue manter uma temperatura média global de +15ºC em vez de -18ºC.
Contudo, há mais de uma década, cientistas em todo o mundo ficaram em estado de alerta quando se aperceberam do aumento da temperatura do Planeta a um ritmo sem precedentes. Ao estudarem as causas deste fenomeno encontraram uma relação direta entre o aquecimento global e o aumento das emissões dos chamados gases de efeito estufa provocado pelas sociedades humanas industrializadas.
O principal destes gases é o CO2 (dióxido de carbono) que resulta da queima direta de combustíveis fósseis (carbono, o petróleo e o gás) utilizados na produção de energia e transportes, principalmente.
Desde a Revolução Industrial (finais do Séc.XIX), o CO2 sofreu um incremento de 34%.
Entre outros gases de efeito estufa contam-se o metano e o óxido nitroso, tendo-se introduzido na atmosfera outros gases que antes não existiam, como o CFC e compostos perfluorados. Fazendo com que a concentração de CO2 na atmosfera, nos dias de hoje, supere as registadas nos últimos 20 milhões de anos.
Se o crescimento mundial, o crescimento demográfico e o consumo energético se mantiverem estes níveis, baseando o seu funcionamento na utilização de combustíveis fósseis, e se mantiverem estes graus de consumo, antes de 2050 as concentrações de CO2 terão duplicado para o dobro das registadas antes da Revolução Industrial.
A produção de eletricidade é o setor que mais contribui para a emissão de CO2 em todo o mundo, chegando a estar na origem de 37% das emissões mundiais.
Para melhor estudarem estas causas e consequências das alterações climáticas o Painel Intergovernamental para as Mudanças de Clima foi criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente). Nele reúnem-se os maiores especialistas de todo o mundo com o objetivo de darem a conhecer aos políticos a informação científica, técnica e economica disponível sobre esta matéria de forma a enche-los de conhecimentos suficientes que os façam tomar medidas mitigadoras.